terça-feira, 22 de julho de 2014

Permita-se



Um dia eu resolvi me privar do amor.
Já havia sofrido demais,
quando acreditava no 'pra sempre'
que um dia acabou.

Fechei as portas do meu coração.
Fechei as janelas da alma.
Escondi dentro de mim todo amor que restava.
Eu não queria encontrar mais ninguém que me desequilibrasse.
Evitei andar na corda bamba,
evitei fazer novos amigos,
me isolei de tudo e de todos que,
de alguma forma,
pudessem me 'machucar'.

E depois de um tempo me privando de tudo e de todos
pude perceber
que se privar da vida é não viver.
Percebi que o sofrimento é um dos sentimentos que mais nos faz crescer,
por pior que seja.

Hoje sei que a efemeridade das coisas,
das pessoas e dos sentimentos é o que nos ajuda a evoluir.

Amores acabam, amizades acabam,
assim como o sofrimento uma hora acaba também.
Mas se privar de pessoas e sentimentos é um erro inadmissível,
que um dia cometi.
É preciso se permitir.
É preciso estar sempre aberto às novas oportunidades,
não importa quanto tempo elas durem,
não importa se vão te machucar mais uma vez
ou se vão te deixar feliz por muitos dias,
meses, ou até anos.

O que importa é viver,
e a cada experiência vivida,
aprender, evoluir, somar
e talvez até colecionar histórias que ninguém poderia viver por você.

Agora me encontro vivendo outra vez,
confesso que ainda tenho meus medos,
mas dessa vez eu peguei aquela minha bagagem cheia de amores perdidos,
corações partidos,
risos e lágrimas..
Coloquei nas costas e embarquei em novas aventuras,
com a certeza de que tudo passa,
inclusive a vida.
E eu não quero estacioná-la,
quero tocá-la a 100 km por hora
e viver tudo o que há pra viver.

E se é pra morrer de amores,
eu prefiro vivê-los
enquanto durar.
Com a certeza que o pra sempre
sempre acaba
e a vida é um eterno recomeçar.

Crislane Aquino

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